terça-feira, 10 de janeiro de 2023

TECLADO DE SONHO


 TECLADO DE SONHO

Procuro no mundo
Um sitio que só existe
Nos meus sonhos
Na ilusão que se perde

Dos labirintos esquecidos
Que rasgam o meu peito
Deixando-me a sangrar
Quero mergulhar em ti

Para fugir deste pesadelo
Sentir o aroma no ar
Do teu cheiro em mim
Como desejo ter-te aqui

Para perder-me no mar
Entre as suas enormes ondas
Desejo entre sonhos teclados
Com os dedos de sentimentos

Que deixas no meu corpo, de ti.


Isabel Morais Ribeiro Fonseca   

QUANDO EU MORRER

QUANDO EU MORRER

Quando eu morrer
Não me pesará a terra
Nem as fragas
Nem o mármore
Nem as flores
Quando eu morrer
Nada mais importará
Quem sou
Quem fui
Quem terei sido
Pois eu já estarei morto.

Isabel Morais Ribeiro Fonseca 

 

sábado, 7 de janeiro de 2023

FLORES DESPIDAS


 FLORES DESPIDAS 

Quando eu morrer não digas a ninguém
Partilha comigo alguns minutos
Uma noite inteira. Cobre o meu corpo
Frio com um lençol branco
Quando eu morrer
Recita um soneto, um poema
Que escrevi, talvez o tenha
Escrito para ti, fica junto de mim
Quando eu morrer
Deixa-me ver mais uma vez o mar
Promete-me que não choras
E nem tocas com a tua boca
Os meus lábios frios
Promete-me que lanças a tua solidão
A tua dor, as tuas lágrimas
Para um poço profundo
Sem olhar para trás
Que cuidarás das nossas flores
Quando o vento e a chuva chegarem
Serei o teu anjo da guarda
E todo o meu amor brilhara em ti
Quando eu morrer estarei eternamente
Presente no teu coração
Continuarei a viver no teu pensamento
Com amor e saudade
Quando eu morrer por favor
Não digas a ninguém que eu parti
Que parti como as flores despidas
Despidas pelo vento.


Isabel Morais Ribeiro Fonseca 

COMO POSSO EXPLICAR


 COMO POSSO EXPLICAR

Como posso explicar o que escrevo
Se faço corar o sol e chorar a fonte
Se a terra cobiça-me o corpo
E as ervas daninhas me querem
De que vale sonhar se tenho pena de mim
E o inferno cobiça-me a mente
Na perfeita alucinação esta a minha
Onde agarrada viaja na pele e não me larga
Invocando as horas que talvez faltem da morte
Pois os mortos não falam e as flores secam
Como posso explicar se a vida passa num poema.

Isabel Morais Ribeiro Fonseca 

 

BENDITA MALDITA VIDA


BENDITA MALDITA VIDA 

 
Maldita vida de sal, cebola e alho
Dá ao mundo todos os enganos
Não queiras para ti tamanha lida

Por breves prazeres da tua vida
Estarás a penar por longos anos
Pois sabes que és um pobre mortal

Lida bem para que não morras mal
Olha e vela bem para que vivas bem
Não desperdices muito tempo da tua vida

Não confies pois os dias são curtos
As horas são breves as noites são leves
A vida passa e a morte vem sem demora

Porque tu não sabes a hora, nem quando
Bendita vida, maldita vida de sal cebola e alho
Que convenientemente se come bem.


Isabel Morais Ribeiro Fonseca 


 

AS LETRAS SÃO PAPEIS


  AS LETRAS SÃO PAPEIS


As letras são papeis
Que ignoram os meu gritos
Gume afiado nas horas do desespero

Cortam as palavras escritas em silêncio
Onde perdia a memória no caminho
Que tento percorrer nas fragas de musgo

Noites sentidas na alma quando chegas
E te invento no vento entre os tormentos
Nos despojos quando a chuva aparece

Tu apareces cheio de fogo nos olhos
Nas flores, sardinheiras que nascem
Pelas letras de papel já secas.

Isabel Morais Ribeiro Fonseca 

TECLADO DE SONHO

 TECLADO DE SONHO Procuro no mundo Um sitio que só existe Nos meus sonhos Na ilusão que se perde Dos labirintos esquecidos Que rasgam o meu ...